quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O Nome da Rosa

"No primeiro livro tratamos da tragédia e de como ela suscitando piedade e medo produz purificação de tais sentimentos. Como tínhamos prometido, tratamos agora da comédia (ainda mais da sátira e do mimo) e de como suscitando o prazer do ridículo ela chegue à purificação de tal paixão; quanto tal paixão seja digna de consideração já o dissemos no livro sobre a alma, enquanto - único dentre todos os animais - o homem é capaz de rir. Definiremos portanto de que tipo de ações é mimesis a comédia, em seguida examinaremos os modos como a comédia susscita o riso, e esses modos são os fatos e o elóquio. Mostraremos como o ridículo dos fatos nasce nasce da assimilação do melhor ao pior e vice-versa, do surpreender enganado, do impossível e da violação das leis da natureza, do irrelevante e do inconsequente, do rebaixamento das personagens, do uso de pantomimas bufonescas e vulgares, da desarmonia, da escolha das coisas menos dignas. Mostraremos por conseguinte como o ridículo do elóquio nasce dos equívocos entre palavras semelhantes para coisas diferentes e diferentes para coisas semelhantes, da loquacidade e da repetição, dos jogos de palavras, dos diminutivos, dos erros de pronúncia e dos barbarismos . . ."

O ser humano é o único ser que ri e o único ser que aprecia e demosntra apreço através do aplauso. Um ato simbólico tão espôntaneo e de natural compreensão.
Através do riso espantamos o medo e nos sentimos verdadeiramente libertos. É uma atitude também espontanea de relações consensuais e que causa torpor na alma. O chiste e suas relações com o inconsciente.

Vide: Coena Cypriani.