quarta-feira, 29 de abril de 2009

O Pêndulo de Foucault

Atualização de dados:

O que se tem no coração deve se ter na boca.
...

Aquilo que nossos lábios diziam nossas células aprendiam...

Em vez de "desvairo", dizes "desvario". Em vez de "amoras" dizes "aromas".

E tinha agora a transparência da "Coisa", aquela ausência de limites entre o exterior e o interior, entre a pele a carne...

Aquele que se ocupa da Torah mantém o mundo em movimento e mantém em movimento o próprio corpo enquanto lê, ou escreve, porque não há parte do corpo que não tenha seu equivalente no mundo ... Se alteras o Livro, alteras o mundo, se alteras o mundo alteras o corpo. Isso não tínhamos compreendido. A Torah deixa de sair uma palavra de seu escrínio, aparece por um momento e de repente se oculta. E se revela por um momento somente ao seu amante. É como uma mulher belíssima que se esconde em seu palácio num pequeno aposento insuspeitado. Tem um único amante, do qual ninguém conhece a existência. E se alguém que não seja ele quiser violá-la, e pôr-lhe as sujas mãos em cima, ela rebela. Ela conhece o seu amante, abre uma pequena fresta, e se mostra por um átimo. E súbito se esconde novamente. A palavra da Torah revela-se apenas àquele que a ama.