O maior salto evolutivo dado pelo homem pode ser considerado aquele belo dia em que decidiu postar-se nos dois pés e a escrever com a pedra empunhada em mãos nas paredes ao seu redor. Decidindo dessa forma, passar conhecimento e informações à seus semelhantes. Maneira essa que foi imitada, captada e transmitida à todos da espécie que até hoje aprendem a escrever com as mãos, logo na mais tenra idade.
O que mudou através do salto evolutivo foi o "como", o como se escreve e se ensina as informações. A primeira forma de habilidade em sociedade é a escrita, dentre as tantas formas de comunicação que existem. É sem dúvida alguma, um traço da personalidade de cada um, e que jamais pode ser substituída pela equivalência computadorizada.
Considero que as outras formas de comunicação são derivados de um hábito muito simples o de escrever (praxis autoris) e ler (praxis lectoris). A escrita permite que o autor seja capaz de através de sua criatividade ilustrar para outros a sua mente e sua bagagem de conhecimentos. Já na prática da leitura o receptor pode através de sua imaginação conduzida pelo autor, gerar em si, unindo a sua própria bagagem ao que está lendo formando toda uma nova carga simbológica. Através desse exercício somatório de experiências partilhadas, fomos capazes de inventar máquinas possíveis a realizar e registrar os saltos e avanços da imaginação.
A ousadia de pensar diferente, e registrar isso num papel, é o primeiro passo rumo a realização da idéia. É um projeto de quebra de padrões e sistematizações, afinal o papel aceita tudo.
O cinema, supõe-se um livro imagético paralelo e introjetado na escrita. Mesmo a televisão e o jornalismo, necessitam da urgência e da verossidade da escrita à mão. Afinal, nada no mundo substitui a minha assinatura, cada vez mais autenticada e oficializada através de registros biométricos, irizados e genéticos.