domingo, 6 de maio de 2012

Elocubrações

Isso de ser quem a gente é vai levar a gente longe. A beleza que é vista fora é espectro da de dentro. São elas. A beleza é um dom que se aprende na juventude. Cuidar-se. Espelhar-se sempre no seu Eu dentro para que ele seja o seu Eu fora. Isso é beleza. O apogeu de quem se segura da queda, um baque do belo, ruptura. (Ela não é cortês. Ela não deve ser tão importante assim, porque não é boa. Se ser boa significa ser boa quando se quer. Então a beleza não alcança o relativismo do verbo, porque não se é belo somente quando se quer.)


A que é bela é furtiva, espreiteira e desapercebida, distraída. Evasiva. Ela é como uma nuvem ou um pensamento bom que passa pela gente num dia de sol, sorriso ele. E num dia de chuva é um calor que a gente lembra que pode ser. Ela é alva. Leve e desenhista, tem mania de desenhar. Tem esse charme no ar. É charme, ela diferente do nome, responde com perguntas, ela inercia um desenrolar de perguntas curiosas. Como o surgimento de uma língua ela transfigura os substantivos em verbos. E o desenlaço em versos. É a aura que vem antes mesmo d´ela chegar. É autêntica e tem um ar de que não se importa com o entorno, estaria talvez fazendo arte interna? Trabalhando em algum mistério? Relevo de alma?

Ah.