quarta-feira, 13 de março de 2013

On

As frutas em meu corpo
Estáticas
Apenas balançam com o vento

Eu árvoreci
O amor me acalentou a noite toda

Corria pelas veias
Melhor que qualquer injeção

Doía mas a ternura era maior
Como um cobertor no frio, e fez
E um refresco no calor, e fez

(O hospital tem várias alas
Muitas salas e blocos, quase carnaval)

Aceitei até colocar jóia perto do tendão
Romanciei que depois faria um belo par de anéis

Me disseram esse foi seu alerta de MENOS
Terás que recomeçar o ritmo de vagar
Nem o primeiro passo se deu ainda

Se lembra de quando aprendeu a andar?

O que te motivou?

Quero ver aquela estrela, que brilha no alto escondida
Com charme discreto, não é a maior, nem famosa ela é
Mas com certeza é das mais brilhantes
Talvez devesse aprender mais com ela
Esse lance de ser despretenciosamente radiante

Creio eu que ela não imagina como me sinto inspirada
Nem a paixão que desperta

Então, vou aprender a caminhar novamente e quando eu puder andar
Quem sabe o balanço do barco te ajeite perto de mim
As voltas do mundo nos dê coincidências?


Processo constante
Aceleração requer cuidado