XIII
A luz que de teus pés sobe a tua cabeleira,
a turgencia que envolve tua forma delicada,
não é de nácar marinho, nunca de planta fria:
é de pão, de pão amado pelo fogo.
A farinha ajuntou num seleiro contigo
e cresceu incrementada pela idade venturosa,
quando os cereais duplicarão teu peito
meu amor era o carvão trabalhando na terra.
Oh, pão de teu rosto, pão de tuas pernas, pão de tua boca,
pão que devoro e nasce com a luz cada manha,
bem amada, bandeira das padarias,
Uma lição de sangue te deu o fogo,
da farinha aprendes-te a ser sagrada,
e do pão o idioma e o aroma.