sábado, 7 de fevereiro de 2009

O Pêndulo de Foucault

"Temos diversos e curiosos Relógios, e outros que desenvolvem Movimentos Alternativos . . .
E temos também Casas de Ludibriar os Sentidos, com as quais realizamos toda espécie de Manipulações, Falsas Aparições, Ilusões e Imposturas . . . Tais são, meu filho, as riquezas da Casa de Salomão." (Francis Bacon, New Atlantis, ed. Rawley, London, 1627, pp. 41-42.)

"Como é difícil esconder-se quando os esconderijos são os quadros de uma exposição."

"Em primeiro lugar, abundância de espelhos. Se há espelho, é estágio humano quereres ver-te nele. Mas nestes não te vês. Tu te procuras, buscas tua posição no espaço na qual o espelho te diga - estás aqui, e és tu mesmo - , e acabas te danando todo, te aborrecendo, porque os espelho de Lavoisier, sejam côncavos ou convexos, te desiludem, escarnecem de ti: arredando-te, tu te encontras, mas depois te deslocas e te perdes. Aquele teatro catóptrico fora disposto para tolher-te toda a identidade e fazer com que te sintas inseguro de ti mas igualmente dos objetos colocados entre ti e outro espelho. É verdade que a física sabe o que é e por isso ocorre: basta colocar um espho côncavo que recolha os raios emanados do objeto - neste caso um alambique sobre uma panela de cobre - e o espelho reenviará os raios incidentes de modo que não vejas o objeto, bem delineado, dentro do espelho, mas que tenhas dele uma intuição fantomática, evanescente, a meio-termo, e invertido, fora do espelho. Naturalmente bastará que te movas um pouco para que o efeito desvaneça.
Mas, de repente, me vi, invertido noutro espelho. Insustentável."

O oposto da reta, é o concavo e/ou o convexo.

Talvez,
repare-se,
perplexo.