Ponho-me a escrever teu nome
com letras de macarrão.
No prato, a sopa esfria, cheia de escamas
e debruçadas na mesa todos completam
esse romântico trabalho.
Desgraçadamente falta uma letra,
uma letra somente
para acabar teu nome!
- Está sonhando? Olhe que a sopa esfria!
Eu estava sonhando...
E há em todas as consciências um cartaz amarelo:
"Neste país é proibido sonhar."
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (poet from Minas Gerais)
I put myself to write your name
with letters of noodles.
The dish, the soup cools, full of scales
and leaning on the table all round
this romantic work.
Unfortunately missing a letter,
only one letter
to finish your name!
- Is he dreaming? Look what the soup cool!
I was dreaming ...
And there in all conscience a poster yellow:
"In this country it is forbidden to dream."
Loving the lost
gets confused
this heart.
Nothing can oblivion
against the senseless
appeal of No.
Tangible things
become desensitized
the palm of the hand
But things rifts
much more than beautiful,
these will be.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (poet from Minas Gerais)