sexta-feira, 11 de outubro de 2013

V - Pablo Neruda - Sonetos de amor & Outros poemas - Cem poemas de amor

V

Não te toque a noite nem o ar nem a aurora,
só a terra, a virtude dos galhos,
as maças que crescem ouvindo a água pura,
o barro e as resinas de teu país fragrante.
Desde Quinchamalí de onde fizeram-se teus olhos
até teus pés criados para mim na Fronteira
é a greda escura que conosco:
em teus quadris toco de novo todo o trigo.
Talvez tu não o sabias, araucana,
que quando antes do amar-te me esqueci de teus beijos
meu coração ficou recordando tua boca
e fui como um ferido pelas ruas
até que compreendi que havia encontrado,
amor, meu território de beijos e vulcões.

NERUDA - Sonetos de Amor & Outros Poemas

V

Do not touch the air nor night, nor dawn,
only the earth, the virtue of the branches,
apples that grow listening to pure water,
clay and fragrant resins your country.
From where did Quinchamalí up your eyes
set up your feet for me at the Border
is a dark loam with us:
on your hips play again the whole wheat.
Maybe you did not knew, Araucaria,
when before the love you've forgotten your kisses
My heart was remembering your mouth
and went like a wounded streets
until I realized that I had found,
love, my territory kisses and volcanoes.

NERUDA - Love Sonnets & Other Poems