domingo, 5 de janeiro de 2014

O Livro de Mirdad 1

Lectorium Rosicrucianum

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MIRDAD REVELA-SE E FALA DE VÉUS E SELOS 

Mirdad revela-se e fala de véus e selos

Naronda: E ao anoitecer daquele dia, eis que estavam os oito reunidos à volta da mesa da ceia, e Mirdad achava-se afastado, se pé, aguardando ordens.

Era das antigas regras, entre os companheiros, que fosse evitado, sempre que possível, o uso da palavra eu em seu falar. Estava o companheiro Shamadam a jactar-se de suas realizações como Superior. Citou vários dados para mostrar o quanto contribuía para a riqueza e o prestígio da Arca e, assim fazendo, usou em demasia da palavra proibida. Delicadamente o companheiro Micayon o repreendeu, e logo se levantou entre eles uma acalorada discussão quanto às finalidades da regra e sobre quem a instaurara, se o pai Noé ou o primeiro companheiro , ou seja, Sem. O calor gerou as censuras levaram a uma confusão tal que muito se dizia e nada se podia entender.

Tentando transformar aquela confusão em ridículo, Shamadam, dirigindo-se a Mirdad, disse-lhe:
- Eis que temos aqui alguém que é maior  do que o patriarca. Mirdad, mostra-nos o que devemos fazer para sair deste labirinto de palavras.

Os olhares todos voltaram-se para Mirdad, e foi grande nosso assombro e nosso júbilo quando, quando pela primeira vez após anos, eles descerrou os lábios e falou-nos dizendo:
Mirdad: Companheiros da Arca! O desejo de Shamadam, conquanto expresso por ironia, inconscientente prenuncia a solene decisão de Mirdad, pois, desde o dia em que entrou nesta Arca, Mirdad havia escolhido esta data e este local - exatamente nesta circunstância - para romper seus selos e remover seus véus, revelando-se diante de vós e do mundo.

Con sete selos havia Mirdad selado os lábios. Com sete véus havia Mirdad velado o rosto, para que pudesse ensinar -vos e ao mundo, quando estivésseis maduros para aprender como deveis remover os selos dos lábios e os véus dos olhos, revelando-vos assim inteiramente na glória que é vossa.
Velados estão vossos olhos com grande número de véus. Cada coisa sobre a qual lançais o olhar é um véu.
Selados estão vossos lábios com grande número de selos. Cada palavra que pronunciais é um selo.
As coisas, sejam quais forem suas formas e espécies, são somente véus e ataduras com que a vida está atada e velada. Como poderão vossos olhos, que são em si mesmos um véue uma atadura, levar-vos a algo que não sejam véus e ataduras?

E as palavras - não são elas coisas seladas por letras e sílabas? Como poderão vossos lábios, que são em si mesmos selos, balbuciar algo que não sejam selos?
Os olhos podem velar, porém não podem penetrar os véus.
Os lábios podem selar, porém não podem quebrar os selos.

Não lhes peçais nada mais do que eles podem dar. Esta é a parte que lhes toca na atividade do corpo, e eles bem a desempenham. Velando e selando, em alta voz vos chamam para que busqueis o que está por trás dos véus e por baixo dos selos.

Para penetrardes além dos véus, necessitais de olhos outros que não os dotados de pálpebras, de pestanas e de sobrancelhas.

Para quebrardes os selos, necessitais de outros lábios que não os de carne, que tendes por baixo do nariz.

Que primeiro o olho se veja corretamente, se quiserdes ver corretamente as outras coisas. Não com os olhos, mas através deles deveis olhar, para que possais ver o que além deles está.

Que primeiro os lábios e a língua falem corretamente, se quiserdes falar corretamente as outras coisas. Não com os lábios e a língua, mas através deles deveis falar, para falardes todas as palavras que além deles estão.

A menos que vejais e faleis corretamente, nada mais vereis senão a vós mesmos e nada mais pronunciareis senão a vós mesmos, porque em todas as coisas e além de todas as coisas, em todas as palavras e além de todas as plavras, estais vós - o que vê e o que fala.

Se, pois, vosso mundo é um enigma indecifrável, é porque vós mesmos sois enigmas indecifráveis. Se vosso falar é uma confusão deplorável, é porque vós sois essa confusão deplorável.

Deixai as coisas como elas são e não vos esforceis para modificá-las, porque elas parecem ser o que paracem devido a vós paracerdes ser o que parecerdes ser o que pareceis. Elas não vêem nem falam se vós não lhes emprestardes vista e voz. Se elas vos falam aperamente, atentai para vossa língua. Se vos parecem feias, procurai a fealdade, em primeiro e último lugar, nos próprios olhos. 

Não deveis pedir às coisas que se dispam de seus véus. Tirai vós próprios vossos véus, e elas pederão os seus. Não peçais às coisas que quebrem seus selos. Removei vossos próprios selos, e todas as coisas perderão os seus.

A chave para remover os véus de si mesmo e quebrar os próprios selos é uma palavra que deveis trazer, eternamente, presa em vossos lábios. É a menor e a maior de todas as palavras. Mirdad denominou-a a Palavra Criadora

Naronda: O mestre calou-se; e profundo silêncio, no qual vibrava intensa expectativa, desceu sobre todos. Finalmente Micayon falou com apaixonada impaciência.
Micayon: Nossos ouvidos estão ansiosos pela Palavra. Nosso coração anseia pela chave. Regamo-vos, Mirdad, que a profirais.







Lectorium Rosicrucianum

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Mirdad reveals himself and speaks of veils and stamps

Naronda: And in the evening of that day, behold, at the eight gathered around the supper table, and Mirdad he was away, standing up, waiting for orders.

It was the old rules, between mates, which were avoided wherever possible, I use the word in their talk. Was the companion Shamadam to boast of his achievements as Superior. Cited various data to show how much contributed to the wealth and prestige of the Ark and in so doing, used the overused forbidden word. Micayon companion gently chided him, and soon stood among them a heated discussion about the purposes of the rule and who would establish if the father Noah or first mate, ie, Sem Heat generated the complaints led to confusion such that much was said and nothing could understand.

Trying to turn that mess ridiculous Shamadam, addressing Mirdad, told him:
- Here we have someone who is greater than the patriarch here. Mirdad, shows us what we must do to get out of this maze of words.

Looks all turned to Mirdad, and great was our joy and our astonishment when, when for the first time after years, they unveiled her lips and spoke to us saying:
Mirdad: Companions of the Ark! The desire to Shamadam, although expressed ironically, inconscientente foreshadows the solemn decision of Mirdad, because since the day that Noah entered this, Mirdad had chosen this date and this site - exactly this circumstance - to break its seals and remove their veils by appearing before you and the world.

With seven seals had Mirdad sealed lips. With seven veils Mirdad had veiled his face so he could teach you and the world, when ye were ripe to learn how you ought to remove the seals from the lips and the eyes veils, revealing yourselves so fully in the glory that is yours.
Your eyes are veiled with a large number of veils. Every thing on which the gaze is cast out a veil.
Your lips are sealed with many seals. Every word you utter is a seal.
Things, whatever their forms and species are only veils and bandages with which life is bound and veiled. As your eyes, which are in themselves a veue a bandage, take you to something other than bandages and veils can?

And the words - they are not sealed things by letters and syllables? How can your lips, which are in themselves stamps, babbling something other than stamps?
Eyes can ensure, but can not penetrate the veils.
The lips can seal, but can not break seals.

Ask not to them any more than they can give. This is the part that touches them on the activity of the body, and they play well. Watching and sealing aloud to call you what you seek is behind the veils and underneath the stamps.

To penetrardes beyond the veils, need of eyes other than those provided with lids, eyelashes and eyebrows.

To quebrardes the seals need of other lips than those of meat, that you have under his nose.

To first see if the eye properly, if you will properly see the other things. Not with the eyes, but you should look through them, that you may see what is beyond them.

That first lips and tongue speak correctly if you would speak properly other things. Not with the lips and tongue, but through them you must talk to you speak all the words that are beyond them.

Unless and see Him Speak properly, you will see nothing but yourself and nothing else but pronunciareis yourselves, because in all things and beyond all things, in all words and beyond all plavras, ye yourselves - what they see and talking.

Therefore, if your world is an indecipherable puzzle, is because you yourselves are cryptic puzzles. If your speech is a deplorable confusion is because you are this deplorable confusion.

Let things as they are and do not make every effort to modify them, because they seem to be what paracem because you paracerdes parecerdes be what you appear to be. They do not see or speak to them if you will not lend to view and voice. If they say you aperamente, hearken to your tongue. If you look ugly, ugliness seek, first and last, in the eyes themselves.

You should not ask things you undress their veils. Take from yourselves your veils and they pederão their. Ask not to the things that break its seals. Removei your own stamps, and all things lose their.

The key to removing the veils of yourself and break the seals themselves is a word that you must bring eternally stuck on your lips. It is the smallest and the largest of all the words. Mirdad named to the Creative Word.

Naronda: The master was silent, and silence, which vibrated intense expectation, fell on all. Finally Micayon spoke with passionate impatience.
Micayon: Our ears are eager for the Word. Our heart yearns for the key. Regamo you, Mirdad, that profirais.