domingo, 5 de janeiro de 2014

O Livro de Mirdad 2

Lectorium Rosicrucianum

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ACERCA DA PALAVRA CRIADORA 

O eu é a fonte e o centro de todas as coisas 

Mirdad: Quando disserdes eu, acrescentai, imediatamente no coração, "Deus seja meu refúgio contra a malignidade do eu e meu guia para a bem-aventurança do eu", pois nessa palavra, embora tão pequena, está encerrada a alma de todas as outras palavras. Descerrai-a, e imediatamente vossa boca será perfumada, e vossa língua se cobrirá de mel; de vossas palavras ressumarão as delícias da vida. Deixai-a fechada, e repugnante será vosso hálito e amarga vossa língua; cada uma de vossas palavras destilará o pus da morte.

Eu, ó monges, é a Palavra Criadora. E a não ser que vos apodereis da força mágica; a menos que sejais donos do poder dos mestres, gemerei quando deveríeis cantar; estareis em guerra, quando deveríeis estar em paz; estarei encerreados no cárcere das trevas, quando deveríeis estar pairando em uma atmosfera de luz.

Vosso eu nada mais é do que vossa consciência de ser, silenciosa e incorpórea, que se faz sonora e corpórea. É o inaudível que se torna audível; o invisível que se torna visível; a visão que vos permite ver o que se não vê; a audição que vos permite ouvir o que não se ouve. Ainda tendes presos os olhos e os ouvidos e, se não virdes com os olhos e não ouvirdes com os ouvidos, nada vereis e nada ouvireis.

Basta que penseis eu, e um mar de pensamentos se agitará em vossa cabeça. Esse mar é uma criação de vosso eu, que é, ao mesmo tempo, o pensador e o pensamento. Se tendes pensamentos que apunhalam, mordem ou depedaçam, ficai certos de que somente o eu em vós lhes deu o punhal, os dentes e as garras.

Mirdad deseja que saibais: que aquele que pode dar, pode também retirar.

Basta que sintais eu para abrirdes uma fonte de sentimentos no coração. 

Essa fonte é uma criação de vosso eu, o qual é, ao mesmo tempo aquilo que sente e aquilo que é sentido.

Se existem urzes espinhosas em vosso coração, foi unicamente eu em vós que lá as plantou.

Mirdad quer que saibais que quem pode facilmente plantar, também pode, facilmente arrancar.

Pelo mero pronunciar eu, trazeis à vida uma multidão de palavras, cada qual símbolo de uma coisa; cada coisa, símbolo de um mundo; cada mundo, parte de um universo. Este universo é  criação de vosso eu, o qual é, ao mesmo tempo, o criador e a criatura. Se houver duendes em vosso universo, podeis estar certos de que vosso eu quem os criou.

Mirdad quer que saibais que quem cria também pode destruir.

Tal como o criador; assim é a criatura. Poderá alguém criar algo superior a si mesmo? Ou criar algo inferior a si próprio? Só a si mesmo - nem mais, nem menos - o criador procria. 

O eu é uma fonte da qual tudo flui e à qual tudo reflui. Tal qual a fonte, assim é a correnteza.

O eu é uma varinha mágica. Não pode, porém, a varinha fazer surgir coisa alguma que não esteja no mágico. Tal como é o mágico, assim é o que sua varinha produz.

Conforme for vossa consciência, assim será vosso eu. Conforme for vosso eu, assim será vosso mundo. Se vosso eu for claro e tiver um significado definido, vosso mundo será claro e terá um significado definido; então vossas palavras jamais serão confusas, vossas obras e vossas jamais serão ninhos de dor.

Se vosso eu for constante e paciente, vosso mundo será constante e paciente; sereis então mais poderososso que o tempo e mais espaçosos do que o espaço.

Se vosso eu for passageiro e inconstante, vosso mundo será passageiro e inconstante; e sereis uma baforada de fumaça que o sol em pouco irá desfazer.

Se vosso eu for uno, vosso mundo será uno; e tereis a paz eterna com todas as hostes celestiais e os habitantes da terra. Se vosso eu for múltiplo, vosso mundo será múltiplo; e estareis em perpétua guerra com vós mesmos e com todas as criaturas dos domínios imensuráveis de Deus.

O eu é o centro da vossa vida, de onde irradiam as coisas que constituem a toralidade de vosso mundo e para o qual elas convergem. Se ele for firme, vosso mundo será firme, e não haverá forças em cima ou embaixo que possam desviar-vos para direita ou para a esquerda. Se or instável, vosso mundo será instável, e sereis uma folha indefesa colhida pelo terrível redemoinho de vento.

Vede! Eis que vosso mundo é firme, não há dúvida, porém somente a instabilidade. E vosso mundo é certo unicamente na incerteza. É constante vosso mundo mas tão somente na inconstância, e vosso mundo é uno, mas somente na multiplicidade.

Vosso é um mundo em que os berços se tornam sepulcros, e os sepulcros se tornam berços; em que os dias devoram as noites, e as noites vomitam dias; de paz, declarando guerra, e de guerra declarando, implorando paz; em que os sorrisos flutuam sobre as lágrimas, e as lágrimas brilham nos sorrisos.

Vosso é um mundo em constante trabalho de parto, em que a parteira é a morte.

Vosso é um mundo de crivos e de peneiras, no qual não há dois crivos ou duas peneiras iguais. Estais sempre sofrendo, a tentar passar, pelo crivo, o que por ele não passa, e a lutar, peneirando o que se não pode peneirar.

Vosso é um mundo dividido contra si mesmo, porque vosso eu é uma dessas barreiras e cercas. Ele põe uma cerca para o que lhe é estranho não entre, e estabelece outra, para o que lhe é afim não saia. No entanto, o que está para fora da cerca põe-se a passar para o lado de dentro, e o que está dentro põe-se a passar para o lado de fora, pois sendo ambos prole da mesma mãe - precisamente vosso eu - não podem ser separados.

E vós, em vez de vos regizijardes com sua feliz união, tornais a cingir-vos para o infrutífero trabalho de separar o inseparável. Em vez de terminardes com a divisão de vosso eu, despedaçais vossa vida, na vã tentativa de fazer uma cunha com a qual possais separar o que pensais ser vosso eu do que julgais náo ser vosso eu.

Eis por que as palavras dos homens são embebidas em veneno. Eis por que são. Seus dias ébrios de tristeza. Eis por que são suas noites tão atormentadas pelas dor.

Mirdad, ó monges, estabelecerá a divisão em vosso eu, para que possais viver em paz com vós mesmos - com todos os homens - com todo o Universo.

Mirdad extrairá o veneno de vosso eu, para que possais provar as doçuras da Compreensão.

Mirdad ensinar-vos-á a pesardes vosso eu, para que conheçais a alegria do Perfeito Equilíbrio.

Naronda: De novo o Mestre fez uma pausa, e mais uma vez profundo silêncio caiu sobre todos. Mais uma vez Micayon quebrou o silêncio, dizendo:
Micayon: Torturantes são tuas palavras, Mirdad. Abrem várias portas, porém deixam-nos no limiar. Leva-nos adiante - faze-nos entrar.






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WORD ABOUT CREATIVITY

The I (self) is the source and center of all things


Mirdad: When you say I do, add immediately the heart, "God is my refuge against malognidade of me and my guide to the bliss of self", as that word, though so small, is contained the soul of all other words. Descerrai it, and immediately your mouth is fragrant, and your tongue will be covered with honey, for your words ressumarão delights of life. Let it shut, and disgusting is your breath and your bitter tongue; each of your words distill the pus of death.

I, O monks, is the Creative Word. And unless you apodereis of magical force; unless ye owners of the power of the masters, ought groan when they sing, you will be at war, when ought to be at peace; encerreados'll be in prison of darkness, when ought to be hovering in an atmosphere of light.

Your self is nothing more than your conscience be silent and incorporeal, it does sound and body. It's unheard of that becomes audible, that the invisible becomes visible, the vision that lets you see what is unseen; hearing that lets you hear what is not heard. Yet ye prisoners eyes and ears and if ye see with your eyes and not hear with their ears, you will see nothing and nothing will hear.

I Just Think, and a sea of ​​thoughts in your head shake. This sea is a creation of your self, that is, at the same time, the thinker and the thought. If you have thoughts that stab, bite or depedaçam, tarry certain that in you I only gave them the knife, teeth and claws.

Mirdad want you to know that he who can give, you can also withdraw.

Just sintais I open yourselves to a source of feelings in the heart.

This source is a creation of your self I, which is at the same time what he feels and what is felt.

If there are thorny briars in your heart, I was alone in there ye who planted them.

Mirdad want you to know that anyone can easily plant also can easily boot.

The mere pronounce of I, you bring to life a multitude of words, each symbol of a thing, every thing, a symbol of a world, each world, part of a universe. This universe is the creation of your self, which at the same time, is the creator and creature. If there are elves in your universe, you can be assured that your I who created them.

Mirdad want you to know that those who create can also destroy.

As the creator, so is the creature. Could someone create something greater than yourself? Or create something less than himself? Only yourself - no more, no less - the breeder breeds.

The I is a source from which everything flows and to which all flows back. Like the source, so is the current.

The self I is a magic wand. There can, however, bring up the wand that is not in some magical thing. As the magician is he who produces his wand.

As for your conscience, I shall be yours as well. As for your self, so will your world. If yours is clear and I have a definite meaning, your world will have a clear and definite meaning, so your words will never be confused, your works and your nest will never be in pain.

If I am your constant and patient, your world will be constant and patient, then you will be more powerfull that time and more spacious than the space.

If I'm your passenger and fickle, your world will be temporary and fickle, and shall be a puff of smoke that the sun will just discard.

If I'm your one, your world will be one, and you will have eternal peace with all the hosts of heaven and the inhabitants of the earth. If your self I is a multiple, your world will be multiple, and you will be in perpetual war with yourselves I and with all creatures of immeasurable realms of God.

The self I is the center of your life, which radiate things that constitute toralidade of your world and for which they converge. If it is firm, your world will stand, and there will be forces up or down that can divert you to the right or to the left. Or is unstable, your world will be unstable, and be a helpless leaf harvested by terrible whirlwind.

Behold! Behold, your world is firm, no doubt, but only in instability. And your world is right only in uncertainty. It is settled your world, so only in inconstancy, and your world is one, but only in multiplicity.

Yours is a world where cribs become tombs and sepulchres become cribs, in the days devour nights, days and nights vomit; peace, declare war, and declaring war, imploring peace, in which the smiles float on the tears, the tears and the smiles shine.

Yours is a world of constant labor, that the midwife is death.

Yours is a world of screens and sieves, in which no two screens or two equal sieves. You are always suffering, trying to pass through the sieve, which does not pass through it, and fight, sifting through what can not sift through.

Yours is a world divided against itself, because your self is one of the barriers and fences. He puts a fence for him that is not it strange, and down another, for that is you do not go in order. However, what stands out about the sets to move to the inside, and what is inside sets to move to the outside, as both being offspring of the same mother - precisely your I - can not be separated.

And you, instead of you regizijardes with his happy marriage, turn ye to gird yourselves for the fruitless job to separate the inseparable. Instead of division are through with your self, your life despedaçais, in a vain attempt to make a wedge with which you may separate what you think is your self than not be your judge me.

That is why the words of men are soaked in poison. That is why we are. His drunken days of sorrow. That is why their are so tormented by pain nights.

Mirdad, O monks, establish me in your division, that you may live in peace with yourselves - all men - with the whole universe.

Mirdad extract the poison of your self I, so that you can taste the sweetness of Understanding.

Mirdad to your pesardes I will teach you, that you may know the joy of Perfect Balance.

Naronda: Again the Master paused, and again silence fell over everyone. Again Micayon broke the silence, saying:
Micayon: Your words are torturous, Mirdad. Open many doors, but leave them on the threshold. Takes us forward - make us go.