domingo, 11 de abril de 2010

Limites da Interpretação: um presentinho bem singelo

Estava lendo uma crônica que um amigo me mandou sobre qual livro se levar para uma ilha deserta. A resposta encontrada pela autora era um dicionário. Sim. O pai dos burros possui memória enciclopédica que aciona em nossa bagagem cultural inúmeros mundos possíveis de interpretação. As similidades de palavras com parentesco sintático e ou semântico formam viagens e histórias e incentivam a imaginação. Logo, seria a companhia mais que ideal para uma ilha deserta, afinal o que não irá faltar serão estados de humor e de espírito para se pensar.

E extrapolando um pouco os limites da interpretação, pensei qual seria um presente ideal, que seria lembrado e causaria um sorriso e uma sensação de boa lembrança... que ativaria na memória um estado de felicidade genuína e gratuita toda vez que arremetesse a essa pessoa. Logo, cheguei a conclusão que uma palavra é o suficiente. Apenas uma. Uma palavra de presente. Então, toda vez que uso "a palavra" é uma homenagem minha, íntima e espiritual. No meu vernáculo, há uma palavra, a qual eu uso para designar "você".

Eu e meu pequeno dicionário amoroso!

Matemágica

Sabe quando você procura uma resposta complicada, subjetiva, incrivelmente emocional e difícil e por um surto de lógica ela é respondida?

Há mais fé na matemática do que pode entender a nossa vã filosofia.

Espirituosidade

"Mito é algo que nunca existiu, mas que existe sempre" Joseph Campbell uma das grandes autoridades mundiais em mitologia.


Mitos são narrativas criadas para explicar algo, para justificar alguma coisa. Na prática não importa se o mito é verdadeiro ou falso; o que importa é a sua eficiência. O mito que funciona tem alto poder de sedução apelando para medos e fraquezas, oferecendo soluções, prometendo desenlances alternativos aos dramas que nos afligem diariamente. A fé num determinado mito reflete a paixão com que a pessoa se apega a ele.
(Hábitos criados por nós, com um adicional de fé)

Religiosos nunca mudarão de opinião, enquanto um cientista, diante de evidência convincente, é forçado eticamente a fazê-lo. Talvez seja essa a distinção mais essencial entre ciência e religião; o ver para crer da ciência versus o crer para ver da religião.
(Quem nunca muda de opinião não possui uma própria para mudá-la!)

" A ausência de evidência não é evidência de ausência". Carl Sagan

No caso das divindades, não vejo evidência delas, mas não posso descartar sua existência por completo, por mais que duvide dela. É uma coexistencia do existir e do não-existir que é incômoda tanto para os céticos quanto para os crentes. Mas talvez seja inevitável.
(Experiência do Gato de Schrodinger, e o gato está morto ou vivo?)

A ciência caminha pelo acúmulo de observações e provas concretas, replicáveis por grupos diferentes. A religiosidade é individual e subjetiva, mesmo que, às vezes seja induzida em rituais públicos.

A verdadeira experiência religiosa é espiritual e não depende de dogmas. Apesar de o natural e o sobrenatural serem irreconciliáveis, a busca pelo conhecimento científico é em essencia religiosa. É uma busca lógica por uma resposta a uma pergunta subjetiva.

Realmente não tenho como explicar porque já achei três medalhinhas da Nossa Senhora das Graças em duas semanas, seria dela uma manifestação?

*Sou agnóstica portanto não levo muito a sério santos e afins. Mas que a medalha surge do nada ela surge!

"Sonhos são como deuses se deixarmos de acreditar neles, deixam de existir".

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Post feliz

=)

;)

=*

"Feitinha pro Poeta"

Bossa Cuca Nova - Baden Powell & Lula Freire

sábado, 3 de abril de 2010

Contos Completos de Oscar Wilde

A Rouxinol e a Rosa

"Nem uma única rosa vermelha em todo o meu jardim!,lamentou-se o jovem, e seus belos olhos encheram-se de lágrimas. Ah! Como a felicidade depende de coisas tão simples! Eu li tudo o que os sábios escreveram, e possuo todos os segredos da filosofia, ainda assim, por desejar uma rosa vermelha, minha vida foi arruinada.

Trata-se mesmo de um verdadeiro apaixonado, disse a Rouxinol. O que eu canto, ele sofre; o que para mim é diversão, para ele é dor. Certamente o Amor é uma coisa maravilhosa. Tem mais valor que as esmeraldas e é mais mais desejado que preciosas e refinadas pedrarias de opala. Pérolas e romãs não podem comprá-lo, ainda que ele esteja exposto no mercado. Ele não pode ser adquirido por mercadores, nem pode ser mensurado em balanças para ouro."