O Beijo de amor
Que beijo amoroso? O 'de pomba', ou seja, a lingua na boca, sem ambiguidade, em Brantome, Ronsard e todos os poetas eroticos do Renascimento. A velha tecnica sera, e' obvio, conservada - Sade a chama de 'linguetar' em 'A filosofia de alcova', lembranca do frances antigo 'langueter' - Baudouin a chama de 'cataglotismo' e os ingleses menos ingenuos da virtude continental, chama de french kiss...
"Nao, o fogo do ceu nao e' mais vivo nem mais veloz do que este que acaba de me abrasar."
O beijo acalma a dor da espera em um, e a provoca em outro.
Na simbologia amorosa do Renascimento, sao os olhos, na realidade, que produzem todo o mal: eles abrasam o amante ("oh, luz enriquecida / De um fogo divino que me incendeia tao vivamente", LXIX); eles o envenenam ("Eu senti no intimo meus olhos voarem / Um doce veneno, que escorreu / Ate o fundo da alma", LXII), eles lancam a flecha do amor e matam o amante ... O beijo vem, em segundo tempo, como um balsamo perfumado e precioso ("cheio/ De ambar, e de almiscar, beijo de uma Deusa", XLVI), que alivia o mal ("E de cem beijos suaviza / De meu coracao a ardente brasa", CCXI). E' a fonte apos o braseiro, o fresco apos o abrasador, garantia de um prazer mais perfeito ... mas ainda adiado.
Sobre o novo mapa da ternura, o beijo nao mais e' a ultima etapa, mas a primeira regiao alcancada pelo amante zeloso. E' la que seu coracao se inflama, e nao que se extingue.
Os poetas romanticos retomam a imagem do beijo ardente (que encontramos tambem nos textos mais antigos) " O que e' o beijo? Um lamber da chama", escreve Hugo; "Beijos dancarinos, qual uma chama" descreve Verlaine. Com a variante moderna: "Ao contato do beijo, a virgem estremece, seu corpo arde sob a centelha eletrica do fluido do amor, seu rosto se incendeia". Beijo eletrico e' a versao do amor a primeira vista, conservada por Louis de Funes em Le gendarme se marie (o gendarme se casa) de Girault a centelha do beija-mao ateia fogo ateia fogo a seu amor
Em todos os campos daqui em diante, as imagens ligadas ao beijo sao as de amor. Assim, a inspiracao poetica na celebre Nuit de mai (Noite de maio) de Musset: " Poete, prends ton luth et me donne un baiser. *Poeta, toma teu alaude e me de um beijo. E' o sopro da inspiracao colhido nos labios da musa. Mas e' tambem nessa nova fonte que de Hipocrene que o poeta bebe. De modo semelhante, o tema da morte desejada sera traduzido misticamente por um beijo supremo: "Passou voce duas vezes pelo beijo que aterra, / para reconquistar o azul que voce refluia?" pergunta Leon Dierx a Lazaro ressucitado.
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Kiss of love
What a loving kiss? The 'dove', the tongue in the mouth, without ambiguity, in Brantome, Ronsard and all erotic poets of the Renaissance. The
technique will be old, and 'course, conserved - Sade calls it'
linguetar 'in' The philosophy of the bedroom 'reminder of the old
French' langueter '- Baudouin calls it' cataglotismo ' and the English
less naive view of continental called french kiss ...
"No, not the fire of the sky is more alive even faster than the one I just burn."
The kiss soothes the pain of waiting in one, and another provokes.
In
loving symbolism of the Renaissance, the eyes are actually producing
all evil: they abrasam lover ("oh, enriched light / Of a divine fire
that burns me so strongly," LXIX), they poison ("I I
felt my eyes fly in intimate / A sweet poison that dripped / Till the
depths of the soul ", LXII), they launch the arrow of love and kill her
lover ... The
kiss comes in second time as a precious and fragrant balsam ("full / Of
amber, and musk, a kiss Goddess", XLVI), which relieves the bad ("And a
hundred kisses softens / From my heart to burning embers, "CCXI). It is the source after the brazier, fresh after the scorching, ensuring a more perfect pleasure ... but delayed.
On the new map of tenderness, kissing and no longer 'the last step, but the first region reached by a jealous lover. And 'it ignites your heart, and not to be extinguished.
The
romantic poets reproduce the image of the fiery kiss (which is also
found in older texts) "What and 'kiss? A lick of flame," writes Hugo,
"Kisses dancers, what one calls" describes Verlaine. With
the modern variant: "At the contact of the kiss, the virgin shakes,
your body burns in the fluid electrical spark of love, your face is on
fire." Electric
and Kiss' a version of love at first sight, kept by Louis de Funes Le
gendarme was marie (the gendarme marries) from the spark of Girault kiss
mao fires fires your love
In every field from now on, the images are linked to the kiss of love. Thus,
the poetic inspiration in the celebrated Nuit de mai (May Night) de
Musset: "Poete, prends ton luth et me donne un baiser. * Poet, take thy
lute and give me a kiss. It is the breath of inspiration collected in lips
of the muse. But 'also in this new source of Hippocrene that drinking
poet. Similarly, the desired theme of death will be translated by a kiss
supreme mystically: "He kissed you twice for the landing, / to regain blue that you flowed "asks Leon Dierx the resurrected Lazarus.