quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A Fabula da Sereia e os Bebados - NERUDA

A  Fabula da Sereia e os Bebados 
Todos estes senhores estavam lá dentro
quando ela entrou completamente nua
eles tinham bebido e começaram a cuspir nela
ela não entendia nada recém havia saído do rio
era uma sereia que se tinha extraviado
os insultos corriam sobre sua carne lisa
a imundície cobriu os seus peitos de ouro
ela não sabia chorar por isso não chorava
não sabia se vestir por isso não se vestia
tatuaram-na com cigarros e com rolhas queimadas
e riram até cair no chão da taberna
ela não falava porque não sabia falar
seus olhos eram da cor de amor distante
seus braços construídos de topázios gêmeos
seus lábios se cortaram na luz do coral
e de repente saiu por essa porta
mal entrou no rio ficou limpa
reluziu como uma pedra branca na chuva
e sem olhar para trás nadou de novo
nadou até nunca mais, até morrer.

The Fable of the Mermaid and Bebados

All these gentlemen were inside
when she got completely naked
they had been drinking and began to spit on it
she knew nothing had just come out of the river
was a mermaid who had lost
insults ran over her smooth flesh
filth covered their breasts gold
she did not cry so do not cry
did not know why not dress dressed
tattooed her with burnt corks and cigarettes
and laughed until they fall to the floor of the tavern
she did not speak because I did not speak
his eyes were the color of distant love
his arms constructed of twin topazes
his lips were cut in light coral
and suddenly walked out that door
barely entered the river was clean
shone like a white stone in the rain
and swam without looking back again
never swam until he died.

Fábula de la sirena y los borrachos

Todos estos señores estaban dentro
cuando ella entró completamente desnuda
ellos habían bebido y comenzaron a escupirla
ella no entendía nada recién salía del rio
era una sirena que se había extraviado
los insultos corrían sobre su carne lisa
la inmundicia cubrió sus pechos de oro
ella no sabía llorar por eso no lloraba
no sabía vestirse por eso no se vestía
la tatuaron con cigarrillos y con corchos quemados
y reían hasta caer al suelo de la taberna
ella no hablaba porque no sabía hablar
sus ojos eran color de amor distante
sus brazos construídos de topacios gemelos
sus labios se cortaron en la luz del coral
y de pronto salió por esa puerta
apenas entro al rio quedó limpia
relució como una piedra blanca en la lluvia
y sin mirar atrás nadó de nuevo
nadó hacia nunca más hacia morir.